terça-feira, 20 de julho de 2010

um corpo que pesa, uma mente que voa.

Tombo no imenso turbilhão, temo não perceber, consigo apenas ver, que afinal, nada há a temer.


Trago febre na pele, calafrio interno, corro imenso, pesando cada grão do piso que piso, sinto o cheiro da aflição de estar perdida, engulo o nó que dói ao passar, fumo mais um cigarro, quero apenas estar.

Empurro o meu ego para fora do meu corpo, estou farta de me ouvir pensar. É este silêncio que me consome, que me corrói, e assim inerte vou correndo, por esse piso que estremece à minha passagem.

Quero flutuar, mas o ar não me sustem com tanto que levo em que pensar.

Deixa-me, quero que saias daqui, deixa-me voar.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Outro espaço, mais uma ida, quem sabe sem volta...


Impressa na estrada, nos relevos de terras misturadas e histórias.



Vislumbro uma vontade condicionada, certezas escondidas em arbustos de nenhures, desejos expostos, que olham como gazelas assustadas.


Assim foi a minha caminhada, complexa, com destreza amestrada, mas com cabeça erguida, a esconder a vergonha ilusória.


Um dia, o sol deixou-me ir, apenas, e num fôlego escorri através do vento, e voei… na pele o arrepio da perda, na voz, aquela doçura afiada, até um pouco magoada, talvez…


Tenho vontade de tocar todo o movimento, passo a mão naquela folha e a fera que trago escondida, nada na escuridão sedenta.


Traz de volta o meu beijo, que tenho saudades.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Consciência

Por vezes, esquecidos da simples possibilidade de apenas ser, deixamo-nos ir na realidade do estar, e quando menos se quer, o sangue pára.

Lá fora, o ar envolve-me a pele, e sinto-me sobejamente lisonjeada, mas oiço o chorar miudinho de menina. Continuo ali, esquecida na simples possibilidade de apenas ser.

A verdade é que não sei se quero continuar.

Aqui estou tão bem